sexta-feira, 6 de julho de 2012

Convite

Plantas embrulhando paredes, enraizando a vista de lá, do alto, pra maré. Árvores se debruçando em boas vindas na estrada, espiando quem passava por ali, ela.


Veio trazendo um porta -malas cheio de bagagem, um monte de pensamentos, cada um sendo peça e acessório de um guarda-roupa,ele.

Ela não vestiu qualquer luar, não se deitou em qualquer lençol e não quis qualquer momento, ela pinça sentimento por sentimento, delineia o momento. A cada tal, cada qual, é, um por vez e na boca o sabor de apreciar-se uma dose de cada vez.

Especialmente, de caso por acaso com casual. 

Querendo convidá-lo,mas retraída pela natureza de sua personalidade, um tanto calma, aparentando um leve descaso, mas não o é, respeitando a si continuou neste mesmo estado de espírito e nada fez do contrario da "lei natural dos encontros", deixou ser de modo que fosse verdadeira com ela mesmo, ocorrendo manifestos do universo, despertando enigma. Ela estava fora de sua mente mas consciência era forte o bastante para observar o necessário, a realidade.

Sem fantasia mas com um conto na mão, tirau do bolso o covite que levaste entregou-o, ele abriu soltando um sorriso de orelha a orelha, abraçou calorosamente. Um abraço apertado, querendo trazê-la para dentro dele tudo o que não conhece.
Os dois celebraram algo que nem eles sabem, algo inédito, relembrando idades mais pequenas em números e grandes em paixões do agora.Antes pensadas mas deixada de lado, deixando de haver. 

Antes uma paixão pensada do que mentirosa.

Cogitaram a ideia de algumas belas e boas gargalhadas, dancing days, brindes e até mesmo uma leitura a dois. Cogitaram seduzi-los e fizeram. Esqueceram de tornar concreta a sedução, ficaram em vão dos dois.
Mas continuaram sorrindo um pro outro.



Andréa de Marco

Nenhum comentário:

Postar um comentário