domingo, 24 de junho de 2012

O que vem a ser

Quando se fala no mal recorre o oposto dele, o bem. Cria-se uma interação de que um esta contra o outro, em rivalidade ou um sobrepondo ao outro. Sensato é colocar em questão a fonte deste pensamento, bondade e maldade.
Pois então pergunte-se: a realidade pode se calcar em mal e bem? Viver nos aspectos de um ou outro é uma forma real de situar-se diante do que é realmente necessário para vida? Não seria reduzir a existência em palavras que coincidentemente são pequenas para questões sensoriais tão além e tão abrangente das definições -mesmo que estas conduzem a uma forma de ser e estar ? 
O destrutivo é amplo, quando na singularidade de cada ser, não se sabe ao certo, o que à ele - o indivíduo- é o avanço. Refiro-me ao avanço pois, ao contrário de estagnação e destruição, o caminho da humanidade é uma eterna dinâmica que antecede a um avanço próprio ao homem. O próprio e/ao propício, é claro, não nega que será de duas partidas: de retroceder a evolução natural - à espécie humana - deixando de criar significados para si. Ou o impulso da partida para o crescimento linear que leva a não ser mais o que estava sendo, pois produziu-se em um novo pensamento, em uma nova forma de viver e apreciar. Contemple, nós crescemos diante do mal e do bem - suspensório de sensações podem assim ser tratados, quando encara-se como meras atribuições linguísticas.
Nem maldade, nem bondade.A sucinta gratidão interage com os dois, intermédio de um para o outro. Mas o uso desta pouco é proferido, e por qual motivo? Uma expressão finita de um sentimento infinito, por isso grandioso, tal como é a palavra, e mesmo sendo definida nos dicionários ela continua sendo inalcançavel descrição, como diz Clarice Lispector é uma questão de sentir. Um ser grato é um ser de gratidão e ponto final, só sentindo tal para ter a ousadia em dizer que mal e bem podem ser mecanismos de prisão.
Como assim? pegue-se pensando e abra a janela, veja as mostras e representação de atos, pensamentos e sentimentos maldosos verás imensidão maligna. Consegues ser essa imensidão compactada no seu corpo? E na mente ela se mantem firme como se fosse um único propósito? Agora pense na representação divina, da divindade do Deus imposto e rebuscado na força bruta proclamando por justiça, força esta que vem de onde? Se assim fosse comparar a bondade com uma leve correnteza de fluxo contínuo, interrupto às estações do ano e as peregrinações mundanas, o clamar de fazer jus ao bom vem do próprio bem? Qual é o propósito deste? Se assim for, contradiz toda paradigma do bom, pois essência é um singelo eterno do incondicional. E se pra ser bom é usar de força para se manter no bem ou sobrepor o mal, qual sentido faz? Apenas então serve para atribuir uma coisa é má enquanto que outra é boa.
Doses homeopáticas, comportamentos paliativos habitam em nós, nem bom ou ruim, a necessidade nos conduz.Instinto sobrevive, porém a questão existencial vai do céu ao inferno, rompendo tanto a figura maléfica como a figura divina. 




Andréa de Marco

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