domingo, 24 de abril de 2011

Sou aquela do não controle remoto

Assumi a responsabilidade e a culpa de algo que ao menos e nem de longe tive culpa. Assumi pela  jogada de bandeira da paz, carta branca. Além disso a voz otimista falava e ecoava num tom grave: os fortes renunciam vaidades.
Durante os monólogos feitos pela minha professora mental - inventara eu mesma, ela de jaleco ensinava ser da paz. Naquela aula, uma aluna desenhou paisagens fascinantes que enfeitiçaram os meus olhos. Eram desenhos incríveis, reflexos das vontades e desejos cujos eu tinha.

Cheguei bem pertinho dessa colega de classe sentei ao lado e puchei assunto. Ela se chamava Fantasia, ficamos por horas conversando na aula, nem demos atenção a professora pois queria nos ensinar racionalidades, nem demos bola.Estávamos em altos papos, ela tagarelava e eu embarcava na dela.
O relógio doou as horas, a sensação era radiante queria sair da sala e ir direto pegar o arco-íris, distribuir cores - seria possível isso?! nossa!!!! Me sentia igual aquelas bonecas de desenho animado, aonde tudo é tão colorido e o impossível é possível.Ah quem me dera, grande ilusão!


Cai em mim, fechei a porta daquela classroom e bati com tanta força gritando: não faço mais parte dessa turma até essa contadora de histórias sair!
P.s: ela era uma pintora aprendiz e também uma artista?!

Frustração?! Talvez sim, talvez não ... Tenho uma tese pra essa monografia, na qual defendo a teoria que Sócrates tem razão quando filosofou que conhecemos a verdade através do sentido, quando o mesmo entra em contato com a matéria.
Complicou?!
Explicação: o universo é uma fantasia se você atribuir sígnos -aos quais ainda não conhece e atribuir significados - para os tais sígnos desconhecidos, aos quais você não faz a mínima ideia do que sejam . 
Piorou?!
Simplificando: o que ainda não foi vivido não tem como pré dizer o que é, como é e o que será. Portanto preciso sentir pra viver e viver pra sentir. Saber das verdades, é ter vivido elas. Isso explica que há fantasia quando há projeção,que imaginar acontecimentos é fantasiar sim, é projetar sim e talvez seja iludir-se sim.

Ao contrário, contradizendo o dito escrito acima, no momento que vi as pinturas da Fantasia, não foi um ato de projetar, de me imaginar ali, foi como diria Platão despertar para verdade ..."inspiração dos meus sonhos" e isso a Fantasia sabe fazer muito bem: inspirar, motivar, animar! Justificando eu ser a presa daquela colega de classe, a pintora e contadora de histórias!
Ela pinta sonhos, ela conta motivos.



Enfim ...

Quadro bem pintado! Diante dele,olhando e admirando refletia: sou aquela do não controle remoto ...


Na tela pintara um menino, uma de suas mãos estava no coração da menina -gesto representando o cuidado com ela. A outra palma da mão recostada tipo concha envolvendo e acariciando a bochecha dela, e a retidão dos dedos dele  tomavam conta da integridade feminina e da pequenina - como se estivessem protegendo a cabeça daquela menina das influências que os experimentos do mundo e do endurecimento que eles podem trazer para as pessoas.
Ela de frente pra ele por sua vez, estava também com a mão no coração dele como quem cuida das pedras da frieza e do machismo comum aos homens - pois geralmente quando crescem se tornam covardes,menos capazes de assumirem seus medos e suas escolhas, menos corajosos (não arriscando nada por nada, nem o tudo por nada, nem o nada por tudo), mais animais irracionais (achando que podem devorar humanos com suas bocarras, esmagar pessoas com seus abraços de ursos polares falsos enganadores).
Além da proteção dos altos relevos de paralelepípedos, cimento e adjacências da esfera masculina, a mão meiga oferece calor físico,emocional e sentimental pros dias gélidos de tristeza. A outra mão dela abraça as costas dele, um gesto de amizade, cumplicidade e lealdade.

Se eu quisesse um robô seria tão mais fácil ...


[ eu não quero um robô pra mandar e desmandar, o domínio sobre uma pessoa é a maior pobreza de si mesmo - quem domina o outro é pra se prevalecer as custas do outro.
Ou seja, quem domina, quem explora, deixa as atenções ao servo para que seja cuidado e produzido algo de útil, bom e necessário! Quem manda e desmanda não é porque pode e quem não pode se sacode, é porque é a única coisa que sabe fazer -não estou entrando no mérito daquele que manda e desmanda por uma escolha, porque quer, pelo bel prazer de não ter trabalho, por uma vida boa. Retrato a maioria dos casos " quem sabe faz acontecer". ]


Apresenta-te no seu jeito livre de pensar e sorrir, não me venha com alegrias compradas, pois vou te rotular por estereótipos tão feios pra nunca mais te ver. Venha da espontaneidade, me olhe e não tenha nada a dizer, mas não me venha com flores pois não sou tão derretida assim,em vez disso me abrace forte me leve pra curtir de montão o prazer de estarmos sós e juntos na multidão.Não me faça convites! Detesto ser convidada, mais não venha com essa de encontros por acasos. Surgir, você sabe ser assim? Você sabe surgir do meu lado?! Não seja um faz de conta pra me agradar, mas me ajude a entender. O mesmo direito que temos de ser o que quisermos é da mesma obrigação fazer-se entender.
Diga a verdade da sua contradição, eu não me importo! é tão sério e verdadeira a afirmação de não me importar.Leia aqui é simples:apenas cuide,ofereça cuidado... e digo mais, sou capaz de entender qualquer loucura, porém atenção detecto qualquer sinal de péssimas intenções. Sou uma velha nova idosa na flor da idade.

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