domingo, 5 de agosto de 2012

Um café e muitos momentos

Ao lado esquerdo da tela e do teclado tinha uma garrafa d'água e uma xícara de café e em goles do líquido preto ela se engasgou como se tivesse bebendo o sujo, mas o doce e amargo foram responsáveis de uma leve degustação e portanto não se importara tanto com a sujeira que os grãos moídos e passados de um pó à  uma água límpida para empoeirada preta.Esqueceu-se desses detalhes para não mais pensar na intoxicação que fizera em seu organismo. Pois de uns tempos após a essa prova, seu paladar apreciava apesar de sempre sentir o gosto de "quero mais". Como um vício que nunca é saciado, tão logo a cafeína se tornou um vício majoritário.
À sua direita uma maço de cigarro e sob ele havia sempre um esqueiro seja branco, vermelho, rosa, verde, preto enfim. Por ali já passaram vários deles de várias cores. A arte de perdê-los emprestados ou aos  esquecimentos em lugares desapropriados é maior do que o número das contas que pagara em guarda-chuvas.
À frente um cinzeiro e levando a boca engole fumaças universais, caminhoneiros pelas estradas, que sem descanso conquistam o posto de assalariado. Essa mesma fumaça engolida são sinais de queimadas,  queimaduras e mortes.
Em cinzas tudo um dia  à pó se reduz e talvez fênix, por um dia.
A estática das transformações apenas passageiras são, exercem movimentos holísticos invisíveis e mesmo sem ter a construção concreta sente-se assim como o processo de um café expresso, em pó moído transfusão feitas ali à mão do homem gera um produto a ser consumido. Uma transformação fatídica, é naturalmente um processo de construir e tão logo demolir.
A estética nada haverá de sustento para explicar a sensação da aparência que se apresenta. Ousadia em dizer na possível camuflagem de uma linda coruja que se faz confundir as matas, ao natural. Ela provém, oferece e da natureza faz parte. Julga-la em beleza e sabedoria que ela se fez em criar-se nesta aparente demonstração do existir é o mais sábio a fazer.
O que falta no homem é aceitar racionalmente a transitoriedade da vida, pois em propostas ela vem e propor não mais instintivo do viver emocionado, nem mais a espera iludida de um desejo finito se estendendo ao infinito, martírio de cada reza que a vaidade prega.
Entretenha-se, interagir, criar mortes próprias e renascer a cada momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário