sexta-feira, 27 de julho de 2012

É dela, é ela

Ela me pediu, se fosse um favor eu saberia melhor do que qualquer um da lista dos amigos. Mas ao contrário disso, me pediu algo que gosto muito mas desconheço habilidade para tal. Aplicar uma injeção de overdose de nós. Nós?! como isso?! Para dizer dela, preciso do nosso pronome, pois sem me envolver nessa escrita não saberia descrevê-la. O pedido de ver o que se é, para um eu-lírico o eu, tu ele, nós, vós eles desafina em linhas tortas.
A batalha: de um lado a espada do real afiada e cortante do outro o adversário brincalhão com seu rosto pintado, o palhaço fantasiando mais um conto. A guerra aqui acontece entre o ilusório e o verídico- falar de verdade. Justo a verdade?!
Posso contar das ligações perdidas, das nossas risadas, das nossas crises infantis. Muito sem graça, insaciável, incompleto, portanto interminável.
Vamos ao pedido, mas antes preciso avisar que te odiei pois podia ter me pedido o céu te daria com direito a arco-iris e gaivotas. Podia me pedir uma cerveja e no ato a ficha em suas mãos. Mas meus olhos ela quis emprestado. Eu empresto, eu me doo.
Veja bem...
Bela sexta feira para lembrar daquele domingo de forró, desacompanhada mas festejando o amor dentro do seu sorriso nada contido, a felicidade gritante no brilho dos seus olhos. Quem te visse, estaria a pensar: mas o que de tão magnânimo vibra na sentinela?
Retomo, a sexta bárbara em que nos conhecemos. Vestindo um lindo véu preto de viúva negra, em tamanho menor do que de uma noiva divorciada,porém radiante como tal. Ela queria estar de luto, mas foi ela quem o enterrou vivo e nada mais conveniente, brinde de bodas cintilantes de um preto da noite de rosas jogadas pro alto, aveludadas caindo em ti- chuva de pétalas. Ela mesmo se banhava, como criança a olhar serpentinas em pleno carnaval. Que de carnaval não tinha nada, apenas incontáveis paetês iluminando sua pele branca ascendendo seu ruivo. Brincava de ser feliz.
Suas sardas era contraste de princesa donzela à honra de uma mulher, fortaleza, transitando de doce e sensual para noite de gala, encoberta de um veneno cascavel - passado negro, envenenado e morto. Ele se foi e vamos a festa.
Ela apenas começou, conhece-la peço licença e divirto-me na sua espontaneidade, na ternura de deixar que aconteça ao tom de humor. Deixa a criança se mostrar aos poucos nos moinhos de uma Ariel. Suas barbatanas insinuam nados. Nadas.

Nada
Nadas
Cores apenas.
Arco íris que trazes da sereia.

Vermelho sempre amando o próximo,azul harmonia de viver a loucura de sem motivo sorrir,laranja o sabor da fome nas novidades.Amarelo a energia dos pulos saltitantes no presente passado futuro.Branco em paz das manias e virtudes.
São tantas jeitos de ser e estar, ousadia a minha desvendar seus mistérios. Revelá-los em leitura.
Convido-os a conhecer com altivez e coragem um mundo sem neurose.





Andréa de Marco

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