quinta-feira, 21 de abril de 2011

O amor em minhas letras

Quando olho pra dentro de mim vejo tantas coisas, quando olho pro meu coração sinto ele bater por muitas pessoas, mas quando olho a minha boca no espelho vejo ressecada e descamada, talvez seja a falta de beijos dos labios de beija-flor enquanto meus olhos brilham de esperança por uma espera de amor.
Caminhei entre outros jardins entre outros canteiros, me distrai por ai. Fui ver o que as pessoas gozam pelos bares,pelas festas, pelas praias, pela estrada, pela viagem de ser livre e andar só ...Foi assim que entendi: a aventura não vem da liberdade, vem dos desafios do mundo lá fora pois este propõem acordos que devem ser negociados com o meu mundo daqui de dentro.
Venho feito isso, cumprindo com meu papel de mestre e discípulo, venho tendo êxito nas minhas conquistas.Mas mesmo o meu mundo externo ser bem resolvido, falta uma parte ...

A plenitude eu estava com ela, sei bem porque ela me largou e sei bem os motivos de eu ter deixado ela ir embora, quis tanto viver a vida de frente, viver meus medos, enfrentá-los. Quis tanto que venci! Era uma questão de me reintegrar a foto da minha identidade, de justificar a letra da minha assinatura e falar dos meus gostos e desgostos.
Uma perdição necessita de algo a se recuperar, nesse fato eu precisava me achar naquele labirinto de sentimentos da minha alma! Alma que vagava, perambulava nos vazios das faltas, nos medos das possibilidades. Foi uma era da casa dos fantasmas (que construí em mim), nessa época eu morava lá.
Vislumbrei o castelo de brilhantes, fui brilhar ... Encantei tanto que cantei os cantos da alegria de viver, depois mudei o disco pra dançar uma valsa (linda eu estava), mas quando olhei no espelho me vi naquela cena e fugi. Quem era aquela?Quem era aquele? não admitia ter sido eu, porque aquilo era a total representação de um engano, de uma fuga, de uma invenção de sentimentos!
Resolvi ser uma borboleta bem colorida com meus significados próprios, vôo rasante sempre sendo admirada, pousando uma vez ou outra, em alguns momentos descansado no dedo de alguém que pra mim não era ninguém,  recebia elogios e olhares de outros. Por fim enjuei dessa viação e me tornei um passarinho de saco cheio da gaiola desses ares e de cantar sozinha. A gaiola que queriam me prender foi feita por sentimentos chatos,fúteis,comuns, maliciosos.
Já rejeitei o amor, quis que assumissem por mim e assumiram até chegar a hora e chegou: bateram em minha porta,era o caro do correio com uma correspondência... putz pensei mandaram a responsabilidade para  o meu endereço (estavam certos de fazer isso), abri e tinha uma aliança dizendo: o amor chegou. Bati no peito e me vesti de coragem, revelei as minhas juras de amor, me casei, fui uma esposa submissa a esse sentimento que maltrata,machuca e testa. Testou a minha força, até onde eu me permitia sentir. Chorava, clamava pela liberdade dizendo que eu era minha e de mais ninguém, pedindo perdão aos deuses da minha fraqueza mais sendo testemunha e cúmplice de que egoísta nunca fui, masoquista também não e só por isso bati a porta e fui embora sem as malas prontas.
Tive que voltar, lavei as roupas sujas coloquei-as com carinho num baú, não quero vestí-las enquanto não comprar roupas novas, porque tudo que eu tinha que saber, já foi, as antigas perguntas não servem mais de expressão.
Era dos novos tempos, tempos modernos.
Quando um sentimento existe, existe por si só.
Descobri que sou o que sempre quis ser, a mesma amadora. Não preciso gritar que amo, eu só preciso dizer ao pé do ouvido bem baixinho mas que só você escute, todos podem saber, mas sem escândalos.

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